segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Entrevista


 Mestre Alexandre Batata
  Companhia de Capoeira Contemporânea


Nascido no Rio de janeiro em 12 de Abril de 1961, Mestre Batata faz questão de dizer:Polêmica podia ser seu sobrenome, já que o Mestre Batata não tem papas na língua e responde no ato a qualquer pergunta. Dono de uma energia sem igual, o nosso entrevistado deste mês, agita qualquer roda com seu canto e seu berimbau. Ele acaba de escrever um livro que está em fase de finalização e nos conta em detalhes sua história na capoeira, esporte que ele abraçou há 33 anos.
“-Sou Aluno do eterno e poderoso Mestre Luís Américo da Silva, Mestre Mintirinha.”
A entrevista foi feita numa quinta-feira, dia 11 de Dezembro de 2008, em Niterói, após um treino que o próprio Mestre Batata puxou no La Salle. Clima mais do que descontraído, a entrevista foi feita na mesa de um bar, para poder acomodar a platéia que teve o prazer de assistir em primeira mão a entrevista.
Não da pra perder, essa que promete ser a entrevista mais ardida e completa das que já tivemos no Blog. Além de estar recheada de conhecimento.

*A entrevista a seguir foi realizada em Dezembro de 2008 e foi publicada originalmente no site da Associação de Capoeira Terranossa.
                                                                                    
(Maíra Gomes) - Como o senhor começou na capoeira?

 (M. Batata) – Bem, eu comecei na capoeira de uma forma muito estranha. Eu morava em Copacabana e no Colégio Cícero Pena eu vi uma apresentação do grupo Senzala e gostei muito da capoeira. Depois eu tava no meu apartamento conversando com uma garotada lá, e um cara me disse “Capoeira? Eu faço capoeira.” e me deu uma benção nos peitos e me colou na parede. Aí eu fiquei com aquilo na cabeça. Aí eu tava no Grajaú, na casa do meu primo Max e ele começou a brincar e tal, dá pulo para um lado, pulo para o outro e eu comecei a brincar com ele, achei aquilo legal e ele falou assim “Poxa eu vejo a capoeira aqui na academia do Mestre Mendonça no Grajaú”. E eu resolvi entrar na capoeira. Mas só um ano mais tarde é que o meu amigo o Ângelo, falou assim “Eu sou aluno do Mestre Mintirinha, que dá aulas na ABB, vou te levar pra conhecer o meu mestre.” Conheci o Mestre Mintirinha e foi paixão pela primeira vista, pela capoeira, desde o dia primeiro de Abril de 1975 que eu faço capoeira sem parar.

(Maíra Gomes) - Como foi a caminhada até os dias de hoje na Companhia de capoeira Contemporânea?

(M. Batata) – Eu comecei na ABB, com Mestre Mintirinha, num grupo chamado Capoarte de Obaluaê. Minha família mudou pra Niterói e eu não quis vir. Morei seis meses com um tio para não abandonar a capoeira. Mestre Mintirinha parou de dar aula na ABB em 1977 e foi trabalhar com as crianças da Funabem eu vim a Niterói e não via capoeira. Aí vi num panfleto na rua de musculação, quando eu cheguei na academia de musculação eu vi um cara enorme fazendo musculação e ele virou pra mim e disse “Você não devia fazer musculação não, porque você é atarracadinho. Se você fizer musculação você vai ficar uma batatinha, você devia fazer capoeira”, aí eu falei “Pô eu adoro capoeira, sou aluno do Mestre Mintirinha, quero fazer capoeira” e ele respondeu “Eu sou Mestre Alcion e dou aula na Associação de capoeira Barravento”. Então Mestre Alcion me trouxe pra Barravento, onde eu treinei onze anos. Eu consegui aqui em Niterói fazer com que a capoeira fizesse um “boom” brutal. Quando eu treinava na Barravento o Mestre Bogado tinha arrebentado o joelho, o Mestre Alcion tava parado, treinava só eu e um mestre, que eu treinei muito com ele, esse cara também foi meu mestre de capoeira, José Torres Galindo, o Mestre Mudinho. Mestre Mudinho era muito técnico e eu também treinei muito tempo sozinho. Tanto que em 1978 a Barravento foi disputar um torneio na academia do Mestre Travassos e eu fui sozinho disputar as categorias leve, médio e pesado, capoeira figth e fiquei em terceiro lugar nas três categorias. Fiquei na final, tava com a luta ganha, jogando com um grande capoeirista, o Dário. Tropecei na perna dele, caí e quebrei o cotovelo.
Depois por questões que não vale a pena falar, uma coisa é o seguinte, quando você gosta de alguém fale sempre, quando você não gosta de alguém, fale o mínimo necessário. Eu trabalhei muito pela Barravento e chegou uma altura que eu achei que o meu espaço estava sendo desrespeitado de alguma forma. E quando alguém começa a invadir o meu espaço eu simplesmente faço assim: Fica que eu vou! Sai da Barravento, fiz o Raízes d´África que explodiu, foi brutal, aí um bando de adolescentes, alunos meus resolveu tentar seguir seus próprios caminhos, o Fumê, o Sabonete e o Cícero, resolveram criar um grupo, que era o Aruanda. E os únicos que ficaram comigo foram o Cid e o Kryptonita. Quando o Raízes d´África se dividiu com o Aruanda eu nunca deixei de ser amigo dos meninos do Aruanda, ia a todas as rodas deles, íamos a todas as festas, fazíamos tudo juntos, eles quiseram criar o trabalho deles e a maior prisão é a liberdade, então você deixa o cara voar, de repente ele vai parar assim “Nós não demos valor ao que o mestre estava nos dando e agora a gente vai tirar de onde?”
Eu tinha ficado seis anos sem falar com o Mestre Burguês, por causa de brigas dele com o Mestre Bogado. E o Mestre Mintirinha estava voltando a dar aula, então eu resolvi me juntar ao nome forte da Muzenza.
Anos depois algumas coisas começaram a me incomodar. Tinha uma pessoa que sabia que eu ia sair da Muzenza, que era o mestre Cid, ninguém mais sabia, ele era meu amigo, super confidente e eu falava que já não tava aguentando mais. Num certo dia no batizado do Mestre Fume, eu falei “Pessoal to indo embora e não quero ninguém comigo, porque vocês fizeram um trabalho, o trabalho ta muito legal, toquem o trabalho” o único que veio comigo foi o Kryptonita, porque não tinha como. Criei a companhia de capoeira contemporânea, e é uma frase que o próprio Mestre Cid diz: “Pô mestre o senhor pode ir embora daqui pra qualquer lugar do mundo, que você com o seu berimbau, você encanta e já não é uma coisa que eu tenha facilidade pra fazer” nessa época o Mestre Cid ainda tava apanhando pra tocar um berimbau e tinha essa dificuldade, e tem uma coisa, fez cantadores melhores que os meus, sem cantar, só encantando. Então eu peguei o meu berimbau e criei a Companhia de Capoeira Contemporânea e uma frase muito simples “Mestre não precisa de aluno, aluno é que precisa de Mestre, porque eu faço alunos”. Fiquei com a Companhia, tava muito legal, trabalhando nas escolas, Cirandinha, Aquafish, montei minha academia aqui na minha casa, tava na academia Raia, Saquarema. Em um ano e pouco eu já reestruturei meu trabalho. Aí surgiu uma ideia de ir pra Portugal, eu me mandei pra Portugal. Em Portugal hoje, a Companhia ta muito legal, eu faço um evento lá chamado Meeting internacional de capoeira, que é um dos grandes eventos de Portugal, em 2003 eu fiz um evento levei o Mestre Arthur Emídio, Mestre Mintirinha, Mestre Alcion, levei o Dinho nascimento, músico e Mestre Marinaldo e nesse evento tiveram 1000 capoeiras inscritos, três dias de capoeira comendo solta. Pra quem pegou um ônibus daqui pra Porto Alegre, pra roda do Mestre Nino, jogar na roda, ir à festa e depois pegar um ônibus de volta pro Rio, andar pela Europa é tranquilo.

(Maíra Gomes) - Quem o formou Mestre?

(M.Batata)  Na verdade ninguém me formou mestre. Não se forma um mestre de capoeira. As pessoas dão o direito a alguém ser reconhecido como mestre de capoeira. Por que essa história de mestre de capoeira é muito complicada, porque até 1972, não existia nenhum sistema de graduação. Em 1972 foi quando o Mestre Mendonça criou o primeiro sistema de graduação. Então antigamente as pessoas eram mestres porque chegavam na roda e se garantiam e tinham uma maestria. Então esse negócio de título de mestre começou de 72 pra cá, tanto que tem muito mestre que pegou corda de mestre com 3, 4 anos de capoeira e hoje em dia demora 30 anos pra dar o direito de alguém ser reconhecido como mestre. Então um mestre de capoeira ninguém forma. Um mestre de capoeira é combustão espontânea. Você vira mestre de capoeira se você for dar aula ali no Barreto, morar do lado de uma padaria e todo dia passar com a roupa de capoeira. O padeiro vai falar “Lá ta indo o mestre de capoeira”. Então quando eu peguei a minha corda de mestre, que não era nem corda era um cordel branco e verde, o Rio de Janeiro teve uma banca de mestres e eu tive uma nota muito legal, 9.9 da banca. Então acontece que quando eu peguei a minha graduação de mestre eu só tinha 10 anos de capoeira. Eu com três anos de capoeira eu comecei a dar aula de capoeira. E quem me indicou pra pegar a corda de mestre, foi o Mestre Alcion e um cara que eu treinei muitos anos com ele que é o Mestre Bogado. Mas que por questões de ideologia eu prefiro deixar ele enterrado nas memórias.

(Maíra Gomes) – Sobre Música. O senhor lançou um vinil, com músicas próprias e de amigos. Anos depois o relançou em CD. Como foi o processo de criação desse trabalho? Foi um trabalho pioneiro nos arranjos, falando-se de música de capoeira?

(M. Batata) – Não, não foi pioneiro. Em 1973 o Mestre Suassuna já tinha lançado um disco chamado “Cordão de ouro”, e o disco dele já tinha esse esquema de harmonia, violão. Eu não fui o primeiro a fazer. O meu trabalho foi um trabalho que na época causou um impacto porque causou, mas eu não fui pioneiro em nada. Só que o disco foi muito legal.

(Maíra Gomes) – Então ao que se deve o sucesso do disco?

(M. Batata) – Sei lá, acho que eu sempre fui muito midiático. Eu andei muito no mundo da capoeira. Quando eu lancei o “Raízes d`África” em 1991 eu já tinha corrido o Brasil inteiro, já tinha sido campeão brasileiro de capoeira, já tinha feito um trabalho de resistência muito grande. Porque o que acontece é o seguinte, eu dentro da capoeira sofri um preconceito por ser playboy. Eu era o branquinho da Zona Sul, que não saia do Subúrbio. Então, ia pras rodas de capoeira, ia pro samba, ia pro morro. Enquanto as pessoas saiam do subúrbio pra ir pra praia, eu saia daqui pra ir pro subúrbio. Eu acho que foi a qualidade das músicas e uma coisa que teve também, esse disco foi gravado só eu e o Mestre Mintirinha E o Mestre Mintirinha é um monstro da música. Porque o que acontece é o seguinte, quando o Mestre Mintirinha foi gravar o disco comigo, foi exatamente na época que tinha aquela novela Pantanal, que agora ta reprisando e a minha ideia quando eu vi aquele velho do rio, foi resgatar a imagem do Mestre Mintirinha e do Mestre Paulão que estavam perdidas. E o trabalho bombou. E eu não sei por que, que eu só gravei duas mil cópias há 16 anos atrás e em qualquer lugar do mundo que eu chego as pessoas conhecem as músicas do disco “Raízes d`África”. E esse disco foi muito legal porque eu já encontrei vários capoeiras que hoje são mestres de capoeira, inclusive um deles é o Mestre Chapão, um capoeira fantástico que tem em Portugal, que é de Pernambuco, que eu o vi cantando e disse “Eu sou seu fã, você canta muito bem” e ele me respondeu “Mestre eu aprendi a cantar ouvindo seu disco”. E isso é muito legal. E por incrível que pareça uma das músicas que mais sucesso do meu disco não é uma música minha. O disco tem uma coisa muito legal, o Mestre Cota, adora a música do Sorvete, que é aquela “Foi num samba de roda, que eu vi minha preta chorar (...)” ele chega “Batata, canta aquela música”. Têm outros que gostam de outras músicas. E a música do Mestre Toni Vargas, eu quando gravei pedi autorização dele para gravar, e o que acontece, eu fiz um arranjo diferente da música do Mestre Toni, se você pegar o Mestre Toni cantando a música do Mestre Pastinha, ele canta de um ritmo, de um jeito, eu canto de outra forma. E a forma que eu cantei eternizou a música do Mestre Toni Vargas, grande poeta inclusive. E a música que pra mim mais fez mais sucesso foi a música do Cícero, e eu acho que o Cícero só fez uma música de capoeira na vida dele, que é aquela “Capoeira é beleza, é tradição (...)” e pegou.
           

(Maíra Gomes) – O senhor tem intenção de lançar um novo trabalho na mesma linha?

(M. Batata)  Eu sou um cara tão perfeccionista, eu sou tão chato, tão chato, tão chato, que eu sou chato comigo mesmo.Eu gostei tanto do trabalho do “Raízes d´África” que cada vez que eu entro pra querer gravar, e você vê só, o disco do “Raízes d´África” ficou muito legal, mas depois de um tempo você vai vendo ele não ficou bom do jeito que eu queria, e eu to sempre querendo gravar. Eu tenho muitas músicas, tenho música pra fazer 10 Cd´s, e se não tiver eu sento no estúdio e faço na hora. Mas eu sou muito chato, muito chato, muito chato e acontece uma coisa, com essa pirataria que acontece hoje em dia, ás vezes eu perco o tesão de botar o disco no mercado, mas eu tenho vontade, de agora por exemplo em 2009, quero lançar um CD e a “Floresta encantada da capoeira”, o livro de crianças que eu escrevi.
                              
(Maíra Gomes) – Eu gostaria que o senhor explicasse sobre o que  fala o livro.

(M. Batata)  Chama-se “A floresta encantada da capoeira”, o que é a floresta encantada da capoeira? Eu quando comecei a trabalhar com crianças, eu vim criando uma metodologia, por falar em trabalho com criança, é super importante eu frisar isso, a primeira pessoa que deu aula pra criança em Niterói fui eu, numa escola chamada Colégio Bethânia. Quando você chegava pra dar aula numa escola as pessoas torciam o nariz. Eu tive um trunfo muito grande, que foi quando eu entrei pra faculdade de Educação física, quando eu bati na porta, eu falei “Sou aluno da universidade Gama filho e sou o Alexandre Batata” E a Maria Ester me atendeu, eu conhecia o filho dela, que era muito meu amigo, que adorava capoeira, ela adorava capoeira, uma pessoa com a visão de educação muito mais a frente, tanto é que o próprio prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira havia estudado na escola, era uma escola da elite. E eu consegui colocar a capoeira no Colégio Bethânia, depois disso todas as outras portas se abriram e nessa época eu criei uma metodologia imitando os animais. Então eu fazia com que as crianças se transformassem em macacos, que era a base da ginga, o tigre que era a base da ginga atrás, fazia uma brincadeira deles fugirem do gavião em que todos faziam a esquiva, eu criei uma metodologia baseada no movimento dos animais e com isso vim escrevendo uma história, comecei em 2000 na casa do Contra mestre Kryptonita em Saquarema, escrevi, coloquei no computador, o computador perdeu tudo, aí escrevi, coloquei num disquete, o disquete pifou, escrevi de novo botei no computador bichou, porque eu tenho um exu cibernético, eu quando chego na frente do computador, aquele troço faz  “Iê parrei” e não funciona, tanto que agora reescrevi de novo o livro e fiz uma manha, mandei pro meu e-mail, porque o meu computador deu boot e eu perdi no computador, sorte é que eu tinha salvo, mandei pro Mestre Cid, pra mãe do Contra mestre Kryptonita, mandei pra Lílian, mandei pro meu irmão, se perder alguém tem. Essa história são umas crianças que encontram um pergaminho e nesse pergaminho eu readaptei a lenda do berimbau, que eu não sei da onde surgiu, nem sei quem me contou, mas sei que existe, que é a lenda de uma menina que caiu na água e quando encontram o corpo dela virou um berimbau, readaptei essa lenda, criei uma história, Harry Porter com Mogli e que é uma leitura que quando você vai lendo de repente você se pega dentro da história, então as crianças vivem as várias aventuras, encontram a mulher barbada, o homem gelo e o resto só lendo o livro.


(Maíra Gomes) – Por falar nisso, como está o processo de finalização dele. E para quando teremos o lançamento?

(M. Batata) – O processo de finalização é mais uma das coisas que eu digo que Papai do céu e São Bento grande gostam de mim. Eu entreguei o texto a um amigo meu que faz banda desenhada, traduzindo, histórias em quadrinho e o cara é muito bom, aí ele disse “Batata eu vou criar as personagens, você passa aqui e vê” e a primeira personagem que eu criei foi o Pedro Bala, porque eu trabalhava num projeto em Portugal com os meninos de rua e tinha um cigano lá, que eu coloquei o apelido dele de Pedro Bala, porque ele era o líder das crianças. E eu trabalhei na peça “Capitães de areia”, então aquela liderança do Pedro Bala ficou, tanto que eu mudei agora ele não é mais Pedro Bala é Pedro Índio, para não dar problema com a personagem do Jorge Amado. E quando o cara desenhou o Pedro índio parecia que ele tinha visto o Pedro Bala que me inspirou na personagem, o moleque é igualzinho. Quando ele fez a Moranguinho, ela vai ser sexy simbol da capoeira. Moranguinho é ruiva de olhos verdes. Tem o Zé Caquinha e o Chico Rolha, são os quatro personagens da história. Eu espero estar fazendo o lançamento em Abril.

(Maíra Gomes) - Fiquei sabendo que o Mestre Paraná deixou uma herança para o Mestre Mintirinha, e que essa herança será dada ao senhor em breve, do que se trata?

(M. Batata)  Isso é o seguinte, é igual a capoeira, é um patrimônio cultural e material. Essa herança que o Mestre Mintirinha disse que o Mestre Paraná me deu é que o Mestre Mintirinha me escreveu uma carta, dizendo que o Mestre Paraná quando colocou um pandeiro na mão dele pra tocar, disse “Meu menino eu vou te ensinar a capoeira, quero que você seja muito bom e você vai ter que passar isso pra alguém” e o mestre nessa carta diz pra mim que eu sou o alguém a quem ele passou que ele tem muito orgulho de mim e de eu defender essa bandeira, eu não sou angoleiro, nem sou Regional, sou capoeirista do Rio de janeiro. Então a capoeira do Rio de janeiro não é angola nem é regional. Não tenho nada contra quem é angola, quem é regional, não tenho nada contra quem é jitsu-capoeira, quem faz capoeira do amor, quem faz soma, quem faz capoeiroterapia, só fico meio “puto” quando os caras dizem que foi alguém quem inventou a hidrocapoeira, porque até isso daí é uma coisinha que... Eu, que fui o primeiro a ter um projeto de hidrocapoeira digo que eu não inventei. E os caras dizem que inventam.

(Maíra Gomes) – Vamos falar de vida pessoal: O senhor é casado? Quantos filhos? Eles seguem na capoeira?

(M. Batata)  Olha eu nem sei se eu sou divorciado, se eu sou casado, eu não tenho a mínima ideia, eu sei que meteram um processo em mim aí.    (Nesse momento a ex-esposa do Mestre interfere e diz, “você é separado”) Sou um sujeito separado atualmente, sou solteiro.(Quando eu insisto na quantidade de filhos ele brinca “Aí você me complica”) Tenho quatro filhos e só o Ícaro segue na capoeira.

 (Maíra Gomes) – O senhor já trabalhou com outras coisas além de capoeira?

(M.Batata) – Já tentei vender material de limpeza ( aos risos) fiquei dois dias no trabalho, mais nada.

* O samba citado por Mestre Batata chama-se “Poder da criação” e é da autoria de João Nogueira e Paulo César Pinheiro.

Espero que tenham gostado. Até uma próxima entrevista!
Contatos:
Mestre Batata
Email: mestrebatata@hotmail.com
Telefone: (21)82668660

Para entrar em contato com essa coluna e dar sugestões, mande um e-mail para maira.xarazinha@gmail.com e dê sua opinião.

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