segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Entrevista


MESTRE CATITU
                      Associação Herança Cultural


Carlos Alberto Lanatovitz, ou simplesmente Mestre Catitu, nasceu em Guarulhos/SP em 16 de Setembro de 1969. Aos 11 anos descobriu sua grande paixão: A Capoeira. E foi com os Mestres Peixe e Espanto que completou seu aprendizado. 
Vice-Campeão brasileiro, Tri-Campeão paulista, Tetra-campeão guarulhense, entre outros títulos, mas para ele sua maior realização é o reconhecimento e respeito da comunidade capoeirística. Conheça melhor o fundador e presidente da Associação Herança Cultural.

*A entrevista a seguir foi realizada em Junho de 2012 e é inédita e exclusiva do Blog Capoeira de Toda Maneira

(Maíra Gomes) - Conte como foi o seu começo na Capoeira:

(Mestre Catitu) - Comecei a capoeira em 1980 por intermédio do meu irmão mais velho que já havia treinado, me identifiquei e nunca mais parei.

(Maíra Gomes) - O que te atraiu na Capoeira?

(Mestre Catitu) - O que mais me chamou a atenção, me atraindo para a capoeira foi a beleza plástica dos movimentos e principalmente a musicalidade.

(Maíra Gomes) - Por que Catitu? Quem deu esse apelido?

(Mestre Catitu) - Catitu, Cateto, Caititu, Significado "porco do mato". Quando comecei a treinar tinha o cabelo arrepiado e avermelhado nas pontas, Mestre Peixe aqui de São Paulo tinha um chaveiro com a calda de um Catitu, foi daí que veio meu apelido. Dizia ele que meu cabelo era de Catitu.

(Maíra Gomes) - O senhor fundou a Associação Desportiva e Cultural Guerreiros de Zumbi, que mais tarde tornou-se Associação Herança Cultural. O que fez com que o senhor fundasse um grupo?

(Mestre Catitu) - Meus Mestres Espanto e Peixe fecharam a Associação Quilombo dos Palmares e eu continuei por um tempo levando o nome por onde passava. Muitos amigos e alunos me incentivaram a abrir meu trabalho, como tinha muita didática e gostava muito de ministrar aula, resolvi abrir meu próprio trabalho.

(Maíra Gomes) - O que gerou a necessidade da mudança de nome? Mudou algo na sua forma de trabalhar?



(Mestre Catitu) - A princípio não iria mudar o nome, pois sempre achei um nome muito forte e que me trouxe muitas alegrias, mas na época havia uma associação com o mesmo nome. Fizemos então um concurso, e Herança Cultural ganhou. Mudamos radicalmente, já vinhamos trabalhando um padrão mais dinâmico e sequência de treinamentos diferenciadas nas aulas, criamos um padrão.

(Maíra Gomes) - O senhor está satisfeito com a projeção da Associação Herança Cultural, ou ainda tem algo que almeja?

(Mestre Catitu) - Sim, estou muito satisfeito. Nosso grupo já foi bem maior, mas acho que essa fase é uma das melhores. Hoje consigo estar mais próximo de quase tudo do meu grupo e posso ver mais de perto o que acontece. Penso sempre na renovação pra não se apegar e depois sofrer.

(Maíra Gomes) - Entre os vários títulos que o senhor conquistou ao longo da sua jornada, qual o senhor considera o mais importante?

(Mestre Catitu) - Bom, graças a Deus conquistei quase tudo que um capoeirista almeja nessa estrada. Acho que o mais importante é ser reconhecido pela comunidade e principalmente pelos grandes Mestres, esse é o maior título.

(Maíra Gomes) - Quem são seus ídolos na Capoeira de ontem e de hoje?

(Mestre Catitu) - Meus ídolos são muitos. Vou dizer alguns aqui pra representar todos, Mestres João Grande, Mestre Acordeon, Mestre Canhão de Bimba, Mestre Suassuna, Mestre Lobão. Da minha geração e que tenha o maior respeito, Mestre Maurão, Hulk, Rã, Fran, entre outros tantos.

(Maíra Gomes) - Quantos Mestres o senhor já formou e que características um mestre precisa ter para receber esse reconhecimento dentro da Associação Herança Cultural?

(Mestre Catitu) - A proposta é formarmos o terceiro Mestre o ano que vem, quanto mais tempo vivo na capoeira aprendo que a Maestria deve ser conquistada a cada dia. Em nossa escola mantemos um padrão hoje, que só formamos um Mestre com idade minima de 40 anos de idade e 25 anos de capoeira.

(Maíra Gomes) - O senhor é casado? Tem filhos? Se sim, eles praticam Capoeira?

(Mestre Catitu) - Sim sou casado e tenho um filho de 15 anos que treina desde os 04 anos.

(Maíra Gomes) - O senhor vive só de Capoeira? Já teve outras profissões?

(Mestre Catitu) - Não, sempre trabalhei paralelamente a capoeira. Não é fácil, mas assim me deixa mais seguro quando vêm as fases ruins.

(Maíra Gomes) - O senhor se considera um mestre rígido?

(Mestre Catitu) - Sim, mais já fui bem mais. Gosto das coisas certas, acho que devido a ter sido militar, isso contribuiu um pouco (risos).

(Maíra Gomes) - Dentro da Capoeira nós temos muitas outras manifestações, como maculelê, samba de roda e etc. Qual a sua preferida?

(Mestre Catitu) - Dentro dessas manifestações que andam paralelamente a Capoeira, gosto muito do Samba de Roda. Não Sambo muito bem mais gosto (risos).

(Maíra Gomes) - Pra finalizar, qual o maior ensinamento que recebeu do seu Mestre e o que faz questão de passar para seus discípulos?

(Mestre Catitu) - O Mestre sempre foi muito sério. Seriedade no que faz. Eu sou assim, sei dividir muito as coisas. Quando falo de capoeira sou o Mestre, mas também sou o amigo na hora que precisam. Falo sempre a meus alunos, temos limites, não somos ruins, ruim é aquele que não treina. 


Contato:

https://www.facebook.com/MestreCatitu?fref=ts

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