MESTRE GATO
Grupo Senzala
Fernando Campelo Cavalcanti de Albuquerque nasceu em 14 de Junho de 1947. Pernambucano da Cidade de Recife, mudou-se para o Rio em 1952, onde permanece até hoje.
Conheceu a Capoeira pelos livros de Jorge Amado, mas foi nos pés de Paulo Flores que viu a Capoeira pela primeira vez.
Ministrou aulas de Capoeira na Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (onde foi aluno de Engenharia Civil) e na Pontifícia Universidade Católica -PUC.
Mestre Gato conseguiu levar em paralelo a sua profissão e a vida de entrega e comprometimento de um mestre de Capoeira.
Ministrou aulas de Capoeira na Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (onde foi aluno de Engenharia Civil) e na Pontifícia Universidade Católica -PUC.
Mestre Gato conseguiu levar em paralelo a sua profissão e a vida de entrega e comprometimento de um mestre de Capoeira.
*A entrevista a seguir foi realizada em Maio de 2013 e é inédita e exclusiva do Blog Capoeira de Toda Maneira
(Maíra Gomes) - Quando o senhor foi convidado pelo Paulo a treinar no
Terraço de Laranjeiras já tinha algum conhecimento sobre Capoeira? Como foi
seu primeiro contato com ela?
(Mestre Gato) - Foi numa festa em Laranjeiras, onde rolou um desentendimento entre o Paulo e
outro rapaz. Eles foram para a rua resolver a parada, seguidos pela galera da
festa. Na hora da briga, Paulo venceu seu oponente com um golpe de capoeira que
me impressionou. Soube então que aquilo era capoeira e Paulo me convidou para visitar o treino.
Somente conhecia capoeira através dos livros de Jorge Amado e estava atraído
pela magia de seus personagens .
(Mestre Gato) - Nos sábados à tarde. Mas a gente procurava outros contatos também. Eu pessoalmente, conheci um baiano formado do Mestre Bimba, meu colega de colégio, e dei alguns treinos com ele. Em Ipanema, onde eu morava, havia alguns alunos da capoeira de Sinhozinho e a gente trocava umas pernadas de vez em quando.
(Maíra Gomes) - Por que o apelido de Gato ? Quem sugeriu?
(Mestre Gato) - Talvez tenha sido o Rafael. Não sei se por causa da
agilidade, ou porque bebia muito leite na casa da saudosa D. Altair, mãe dos
irmãos Flores, que sempre nos recebia com amor e paciência.
(Maíra Gomes) - Como sua família reagiu ao seu envolvimento com a Capoeira?
(Mestre Gato) - Meu pai era um pernambucano das antigas e viu com curiosidade.
(Maíra Gomes) - Quais os momentos mais marcantes na sua caminhada de
capoeirista?
(Mestre Gato) - Quando a gente venceu o torneio do Berimbau de Ouro em 1967; Um jogo que fiz
com o saudoso mestre Camisa Roxa, falecido no mês passado, nos idos de 1968; Jogar com Nestor no The Place, Londres, em 1972; Fazer workshops de capoeira em
lugares diferentes como Honolulu, Bali, e tantas outras cidades na Europa e
Estados Unidos, levando nossa cultura popular a esses lugares e me sentindo
valorizado por essa contribuição.
(Maíra Gomes) - Conte um pouco sobre o Torneio Berimbau de Ouro do qual foi campeão:
(Mestre Gato) - Foi um evento organizado pelo Clube dos Amigos do Folclore, a ser realizado na Feira da Providência, que acontecia durante alguns dias ao longo da Lagoa, Jardim Botânico, em frente à Sociedade Hípica Brasileira, até o clube Piraquê. Para participar, o grupo tinha que se registrar no Registro civil de PJ e fizemos sob o nome de Grupo Senzala, os diretores eram Paulo, Rafael e Gilberto Flores e os sócios fundadores, além deles três, o Preguiça e eu. O torneio era aberto a todos os grupos/associações do Rio de Janeiro e constava de uma apresentação de grupo por 10 ou 15 minutos e de um jogo de uma dupla por 5 minutos. A apresentação da dupla tinha um peso maior que a do grupo e uma comissão de jurados daria notas para cada apresentação. O troféu seria conquistado pela associação/grupo que vencesse por 3 vezes consecutivas ou 5 alternadas. Nós vencemos por 3 vezes,em 1967, 1968 e 1969, conquistando assim o Berimbau de Ouro. Nas duas primeiras vezes a dupla foi o Preguiça e eu. Em 1969, os organizadores disseram que nós éramos considerados professores e outra dupla nos representou, o Borracha e o finado Mosquito, vencendo também.
(Maíra Gomes) - Qual a sua formação acadêmica?
(Mestre Gato) - Além de capoeirista, sou engenheiro civil, com mestrado e
curso de doutoramento em recursos
hídricos.
(Maíra Gomes) - O senhor hoje vive de Capoeira? Já teve empregos em outras áreas?
(Mestre Gato) - Sempre vivi do meu trabalho como engenheiro de recursos
hídricos. Já trabalhei como faz tudo de escritório (Office boy), estagiário de
engenharia, professor universitário, engenheiro mergulhador, engenheiro de
recursos hídricos e como professor de capoeira (desde 1967).
(Maíra Gomes) - O senhor é casado? Quantos filhos tem? Todos capoeiristas?
(Mestre Gato) - Casado desde 1970, dois filhos e uma filha, 4 netos, todos
capoeiristas.
(Maíra Gomes) - O senhor acredita na viabilidade de uma unificação das
graduações na Capoeira?
(Mestre Gato) - Sou de opinião que as escolas de capoeira são como escolas
de samba, cada uma tem seu sistema e essa liberdade deve permanecer. É uma arte
popular, não deve ser padronizada.
(Maíra Gomes) - O que a Capoeira representa na sua vida?
(Mestre Gato) - Fonte permanente de inspiração e amor à vida.
Contato:
https://www.facebook.com/MestreGato?fref=ts
Grande Mestre Gato,capoeira REALMENTE "das antigas" aqui no RJ.Jogamos capoeira algumas vezes,na casa do meu mestre(Mestre Paraná),em Bonsucesso...isso lá no início dos anos 60.Iêêêeê Mestre Gato.
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