D
Contaro minha mulé
Qui a policia me intimô
Dentro da Delegacia
Par dá depoimento
De um caso qui não se passô
Qui a policia me intimô
Dentro da Delegacia
Par dá depoimento
De um caso qui não se passô
Mato Pedro Minêro
Dentro da Delegacia
Delegado me intimô
Para dá depoimento
De um caso qui não sabia.
Dentro da Delegacia
Delegado me intimô
Para dá depoimento
De um caso qui não sabia.
s.m. Planta da família das palmáceas (Elaesis guineensis, Linneu). Também conhecido por dendêzeiro, foi o dendê trazido para o Brasil pelos negros africanos, sem contudo se poder precisar a data exata.
Ex:
E vô dizê a dendê
Dendê do aro amarelo
Vô dizê a dendê
Sô home não sô mulé
E vô dizê a dendê
Sô home não sô mulé.
Dendê do aro amarelo
Vô dizê a dendê
Sô home não sô mulé
E vô dizê a dendê
Sô home não sô mulé.
Deu dinhêro pra mamãe
Deu dinhêro pra papai
Deu carne, deu farinha
Deu café, deu feijão
Eu porque era minino
Me dero um tostão
Eu comprei meu berimbau
Pra tocá no Rio de Janêro.
Paraná ê
Paraná ê
Paraná
Paraná ê
Paraná
Vô mimbora pra Bahia
Paraná
Tão cedo não venho cá
Paraná
Paraná
Tão cedo não venho cá
Paraná
Paraná ê
Paraná ê
Paraná
Paraná ê
Paraná
Se não fôr essa semana
Paraná
E a semana qui passô
Paraná
Paraná
E a semana qui passô
Paraná
Paraná ê
Paraná ê
Paraná
Paraná ê
Paraná
Do nó escondo a ponta
Paraná
Ninguém sabe desatá
Paraná
Paraná
Ninguém sabe desatá
Paraná
Paraná ê
Paraná ê
Paraná
Paraná ê
Paraná
Chique-chique mocambira
Paraná
Joga pra cima de mim
Paraná
Paraná
Joga pra cima de mim
Paraná
Eu sô braço de maré
Paraná
Mas eu sô maré sem fim
Paraná
Paraná
Mas eu sô maré sem fim
Paraná
Paraná ê
Paraná ê
Paraná
Paraná ê
Paraná
O digêro, digêro
Paraná
Paraná
O digêro, digêro
Paraná
Paraná
O digêro, digêro
Paraná
Paraná
Eu também sô digêro
Paraná.
Paraná.
Diguidum. Termo de origem e acepção desconhecidas.
Ex:
Diguidum pereré
Tereré pereré
Diguidum pereré
Pereré decá o pé
Diguidum pereré
Pereré pereré
Tereré pereré
Diguidum pereré
Pereré decá o pé
Diguidum pereré
Pereré pereré
Discipo. s.m. Corrutela de discípulo, do latim discipulus.
Ex:
Minino quem foi teu meste?
Minino quem foi teu meste?
Meu meste foi Salomão
Eu sô dicipo qui aprendo
Sô meste qui dô lição
O meste qui me insinô
Stá no Engenho da Conceição
A êle só devo é dinhêro
Saúde e obrigação
O segrêdo de São Cosme
Quem sabe é São Damiao
Camarado.
Minino quem foi teu meste?
Meu meste foi Salomão
Eu sô dicipo qui aprendo
Sô meste qui dô lição
O meste qui me insinô
Stá no Engenho da Conceição
A êle só devo é dinhêro
Saúde e obrigação
O segrêdo de São Cosme
Quem sabe é São Damiao
Camarado.
Dois de Ôro. s.m. Nome próprio personativo (apelido). Corrutela de Dois de Ouro.
Ex:
Tava no pé da Cruz
Fazendo a minha oração
Quando Dois de Oro
Feito a pintura do cão
Fazendo a minha oração
Quando Dois de Oro
Feito a pintura do cão
Camaradinho ê e
Camaradinho, camarado
Oi a treição e e
Oia a treição camarado.
Camaradinho, camarado
Oi a treição e e
Oia a treição camarado.
Dois minréis. Corrutela de dois mil réis.
Dusôtro. Corrutela de dos outros.
Ex:
Sô eu Maitá
Sô eu Maitá
Sô eu
Sô eu Maitá
Sô eu Maitá
Sô eu
Puxa puxa
Leva leva
Joga pra cima de mim
Sô eu Maitá
Sô eu Maitá
Sô eu
Quem tivé mulé bonita
E a chave da prisão
Sô eu Maitá
Sô eu Maitá
Sô eu
Vô dizê pra meu amigo
Qui hoje a parada é dura
Sô eu Maitá
Sô eu Maitá
Sô eu
Quem ama mulé dusôtro
Não tem a vida segura
Que enricô sem trabaiá
Meu pai trabaiô tanto
Nunca pôde enricá
Não deitava uma noite
Que deixasse de rezá.
Foi quem matô Pedro Sem
No céu vive meu Deu
Na terra vale quem tem
Lá se foi minha fortuna
Escramava Pedro Sem
Saía de porta em porta
Uma esmola a Pedro Sem
Hoje pele a quem negô
Qui onte teve e hoje não tem
A quem eu neguei esmola
Hoje me negue também
Na hora da sua morte
A justiça ensaminô
Correndo o bôlso dele
Uma muxila encontrô
Dentro dela um vintém
O letrêro qui dizia
Eu já tive hoje não tem
A soperba combatida
Foi quem matô Pedro Sem
Viva Pedro Sem
Quem não tem não é ninguém.
Na cidade de Açu
Quando apareceu um nêgo
Como a espece de ôrubú
Tinha casaca de sola
Tinha calça de couro cru
Beiços grossos redrobado
Da grossura de um chinelo
Tinha o ôlho incravado
Outro ôlho era amarelo
Convidô Riachão
Pra cantá o martelo
Riachão arrespondeu
Não canto cum nêgo desconhecido
Ele pode sê um escravo
Ande por aqui fugido
Eu sô livre como um vento
Tenho minha linguagem nobre
Naci dentro da pobreza
Não naci na raça pobre
Que idade tem você
Que conheceu meu avô
Você tá parecendo
Que é mais môço do que eu.
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