Há pouco tempo comecei a pensar sobre essa questão, mas, com um fim de semana intenso, em outro estado, pude avaliar melhor e resolvi colocar em palavras minhas considerações sobre o assunto.
Muitos grupo preferem se fechar e respeito isso, porém, acredito na necessidade do capoeirista conhecer novas perspectivas e buscar em outras escolas o complemento do seu aprendizado.
A nossa Capoeira é muito rica e é preciso observar, estudar e correr atrás de novos métodos de ensino, técnicas e absorver tudo o que puder acrescentar no seu conhecimento.
Alguns grupos grandes por terem muitos núcleos, acabam tendo eventos todos os finais de semana, o que acaba dificultando esse intercâmbio, pois, na hora de escolher entre ir ao evento do seu grupo e ir ao evento de outro grupo, fica clara a importância de somar na nossa casa.
Por outro lado, toda vez que um capoeirista sai da sua zona de conforto ele aprende a lidar com pressões, vê coisas novas e leva o nome do seu grupo e de seu mestre a outros lugares.
Tenho visitado muitas escolas por conta do meu trabalho e sou muito grata pela Capoeira ter me escolhido para ser sua divulgadora.
Quanta coisa é possível aprender olhando, ouvindo e principalmente interagindo com pessoas novas. Suas deficiências parecem saltar, a vontade de aperfeiçoar sua técnica é latente e sobra a gana por melhores resultados numa próxima oportunidade.
Muitas vezes você pode pensar que já viu de tudo, que o youtube basta como fonte de pesquisa e eu concordo com a importância dele na hora de pesquisar o que anda acontecendo pelo mundo. No entanto, uma coisa jamais vai substituir a outra. Saia da sua acadêmia, saia da sua zona de conforto e vá em busca do conhecimento, vá ver com seus próprios olhos o que está acontecendo por aí, faça amizades e eu tenho certeza que isso só vai acrescentar na sua formação.
Não deixe sua bandeira (grupo) ser maior do que a Capoeira em si. Não pense nunca que o seu Grupo é o melhor e que fora dele não há o que aprender, porque por melhor que seja uma escola, há sempre boas histórias para se ouvir e grandes pessoas para se conhecer.
Qualidade não tem amarras, não está presa a Grupo A ou B, mas sim no bom uso que o capoeirista faz da sua percepção, no tempo que ele dedica aos treinos e em quanto sua cabeça está aberta para novas experiências dentro da Capoeira.
adorei suas palavras.....
ResponderExcluirObrigada querida!
ExcluirMaíra concordo plenamente com seu comentário a respeito da importância do capoeira conhecer e sempre que possível frequentar outras "rodas".No meu tempo a 55 anos atrás,era bem difícil pois eram poucos os lugares fora da casa do meu Mestre(Paraná).Nós daquela época,tinhamos:Artur Emídio,Mário Buscapé,as rodas da Central do Brasil,a roda da Penha e a do Paraná...e não me lembro de mais nenhuma outra.E nós viviamos correndo atrás de rodas de capoeira(e de polícia também,é claro)e era desta forma que conhecíamos outros capoeiras,outras "mandingas"outros "tipos"de jogo e etc.E desta formas podíamos "aprimorar",melhorar e diversificar o nosso jogo.Hoje com "uma roda de capoeira em cada esquina"fica muito mais fácil.Então...é isso frequentar "outras rodas de capoeira"é fundamental para um maior conhecimento e aprendizado de um capoeira.Iêêê!!!!!
ResponderExcluirAxé Mestre, muito obrigada pela sua participação aqui no blog.
ExcluirConcordo com a sua opinião a respeito desse assunto, acho que todo capoeirista deveria ter a oportunidade de participar de intercâmbios com outros grupos. No grupo do qual faço parte a nove anos, teno acompanhado esta filosofia de repeito e troca de experiencias com outros grupos e mestres. Isso tem sido uma experiencia ímpar, não só para mim, mas tenho certeza que para os demais alunos, professores e mestres do grupo.
ResponderExcluirMeu Mestre Tucano e os Mestres e Contramestres formados por ele, a tempos vêm trabalhando esse intercambio aqui na cidade de Teresina. É visível e notório os benefícios para Capoeira do estado gerados a partir dessa iniciativa. Hoje me orgulho muito da relação de respeito e amizade que estabelecemos com outros grupos do nosso estado e de todo Brasil. Devemos isso ao nosso grande Mestre Ralil, Mestre Tucano e Mestre Touro, assim como todos os outros mestres, professores e alunos do Grupo Raízes do Brasil.Axé!
Ulisses Soares - Aranha
Discípulo e Aluno de Mestre Tucano
Centro Cultural de Capoeira Raízes do Brasil
Teresina - Piauí