segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Mulheres que (en)cantam: Instrutora Eleguá


É da cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, que vem a nossa convidada de hoje, a Instrutora Eleguá, do Centro Cultural de Capoeira Awo Àiyé.

A carioca de 27 anos se dedica a Capoeira há duas décadas e tem um vozeirão que inspira quem está na roda.

Não é só uma voz bonita, afinada e potente, o que impressiona é a forma como ela dá sentido aos versos das músicas de forma tão verdadeira.

Enquanto não sai o primeiro CD de seu grupo, onde todos poderão atestar o que estou falando, vamos conferir a entrevista que ela deu aqui para o Blog.






(Maíra Gomes) - Como conheceu a Capoeira?

(Instrutora Eleguá) - Conheci a capoeira aos 6 anos de idade no mesmo lugar onde eu fazia teatro na época. E quando vi me apaixonei e de lá pra cá nunca mais parei.

(Maíra Gomes) - Quando começou a cantar?

(Instrutora Eleguá) - Sempre gostei da musicalidade da capoeira, mas cantar mesmo por volta de uns 13, 14 anos. Sempre tive forte ligação com o ritmo e gostava muito. Então comecei a cantar e também dominar o berimbau, pois até então eu tocava mais atabaque.

(Maíra Gomes) - Quem é sua referência em termos de canto nas rodas de capoeira?

(Instrutora Eleguá) - Eu costumo ouvir de tudo um pouco, mas meu querido amigo Mestre Toni Vargas sempre foi uma grande inspiração. Não só pela voz firme, mas pela emoção que transmite.

(Maíra Gomes) - Você compõe? Se sim, como é o seu processo de criação?

(Instrutora Eleguá) - Componho sim, inclusive meu Mestre Dedinho e eu já estamos na preparação de um CD. Eu sou muito emoção quando o assunto é musicalidade na capoeira, então vem a inspiração e eu componho. Já acordei no meio da noite pra pôr no papel algumas cantigas. Adoro escrever, mas sou um tanto critica com minhas letras.

(Maíra Gomes) - Qual a sua música favorita e de quem é?

(Instrutora Eleguá) - Pergunta difícil. Tem várias cantigas que eu adoro e que em algum momento teve um significado em minha vida, mas o hino do meu grupo, que eu fiz em conjunto com meu mestre, mexe com meu coração. Risos

(Maíra Gomes) - Você acha que existe resistência dos homens em relação a mulher cantar e tocar na roda?

(Instrutora Elequá) -Não são todos, alguns incentivam e gostam, mas ainda em alguns lugares eu creio que exista sim uma certa resistência. Porém, eu sou de me impor em algumas situações e não aceito essa diferença. Pego o berimbau canto e mostro que sou mulher, mas não deixo a desejar em comparação a homem nenhum, afinal, também sou capoeirista. Meu mestre também incentiva muito e aqui não acontece essa diferença, pelo contrário.

Vamos ouvir?






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