Pra começar bem a semana, vamos de música do Mestre Toni Vargas!
Antigamente
Mestre Toni Vargas
Antigamente,
Tudo era diferente,
No Rio(1) a gente era gente,
Que beleza de lugar,
Ali na Lapa(2),
Tinha toda a malandragem,
Do Samba e da capoeira,
Vale a pena recordar,
A malandragem,
Não era como hoje em dia,
Havia mais poesia,
No jeito de malandrar,
O bom malandro,
De branco(3) era boa praça(4),
Cantava e fazia graça,
Era um tipo popular,
Mas respeitado,
Porque bom de capoeira,
Derrubava de rasteira,
Sem nem mesmo se sujar,
E de noitinha,
Embaixo dos lampiões(5),
Lindas moças, rufiões(6)
Olhavam o bonde(7) passar,
Lá pelos arcos(8),
Desenhando de beleza,
O céu que a mãe natureza
Reservou pra esse lugar,
O céu que a mãe natureza
Reservou pra esse lugar,
O céu que a mãe natureza
Reservou pra esse lugar,
O céu que a mãe natureza
Reservou pra esse lugar,
Ê viva meu Deus
Iê viva meu Deus camará
Iê que me ajudou
Iê quem me ajudou camará
Iê viva meu Mestre
Iê viva meu Mestre camará
(1) Rio - Estado do Rio de Janeiro, ou município do Rio de Janeiro;
(3) De branco - A roupa típica dos malandros frequentadores da Lapa era o terno de linho branco e o chapéu panamá;
(4) Boa praça - Diz respeito a conduta, apesar de muitos viverem na ilegalidade, havia um romantismo relacionada ao malandro. Estava sempre bem vestido e bem humorado;
(5)Lampiões - Lanterna, para iluminar os locais;
(6) Rufiões - Homem que vive as custas de prostitutas; Cafetão. Alusão ao boi utilizado para atiçar a vaca na hora do coito;
(8) Arcos - Refere-se aos Arcos da Lapa, ou Aqueduto da Carioca, construção datada do período colonial. Principal cartão postal do bairro;
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